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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Busque satisfazer a obra


Busque satisfazer a obra, a equipe, 
mas não fique satisfeito. A satisfa- 
cão paralisa, adormece, entorpece.


O líder é aquele que obtém satisfação procurando satisfazer a obra e os outros. Cuidado com gente que acha que tudo está do jeito que poderia ser. Gente assim não avança, é gente que, como apontamos, não tem dúvida. Nós temos um grande temos – no Brasil, especialmente – em relação à idéia de dúvida. Por uma deformação que em parte teve origem na escola. O professor ou a professora terminava a aula dizendo assim, geralmente em tom de ameaçador: “Alguma dúvida?” E ninguém se manifestava. Vez ou outra, alguém levantava a mão e o resto da classe caía matando. Entretanto, a inteligência está em ter dúvidas e não em não tê-las. Não haveria o avanço das ciências, dos negócios, da economia, da vida pessoal se a gente não tivesse dúvida. Mas o arrogante não duvida de nada, nunca! Como ressaltei, ele é cheio de certezas.

É bom ter cuidado também com quem concorda com você o tempo todo, em tudo o que você fez. Gente que concorda com tudo o que você faz ou não gosta de você ou começou a preparar para o derrubar. Porque gente que lhe respeita discorda de você quando tem que discordar. Do contrário, você não consegue crescer. Um concorrente burro te emburrece. Um adversário fraco o enfraquece, porque ele o deixa satisfeito e tranqüilo em relação à situação. E essa é uma coisa muito séria.

Eu tenho um colega na PUC-SP a gente se “odeia” há trinta anos. Tudo o que escrevo, ele escreve contra e vice-versa. Eu lanço um livro, ele fala mal. Ele vai disputar um cargo, eu disputo também. Toda semana a gente se encontra e almoça junto. Sabe por quê? Porque ele me faz crescer, ele discorda de mim, ele consegue fazer com que eu melhore. Em outubro de 2005, lancei o livro Não espere pelo epitáfio – Provações filosóficas no Auditório do Sesc da Avenida Paulista em São Paulo, em evento conjunto com Leonardo Boff (quando ele lançou a magnífica trilogia Virtudes para outro mundo possível). Era uma quinta-feira. Na segunda-feira seguinte, fui à universidade e passei ao lado do meu “odioso” colega com o livro debaixo do braço e perguntei-lhe se havia lido minha nova obra. Ele respondeu:

- Li e não gostei.
- Ah, inveja sua! Você não gostou porque não lançou nada este ano. 
- Não. Não gostei daquela discussão que você faz da resignação como cumplicidade. Eu não achei completa. 
- Isso aí é porque não foi você que escreveu.

Mas o que eu fiz quando cheguei à minha sala? Corri a ler o texto que ele apontou. É evidente. Eu o respeito, ele me faz crescer. Ele me melhora. No dia em que ele morrer – o desejo é que assim seja, claro – estarei segurando a alça do caixão dele no cemitério e chorando. Porque no dia em que ele morrer eu vou ficar menos, vou ficar menor.

Tomemos, pois, muito cuidado com a satisfação. A satisfação paralisa, a satisfação adormece, a satisfação entorpece. A satisfação pode nos deixar num estado de tranqüilidade. Sabe o que é o oposto? O que nos renova? É a outra pessoa. A que nos desafia a ser diferente, a que nos obriga a pensar de outro modo. Cuidado com gente que concorda com tudo o que você faz.

Gente assim:

a) Não gosta de você; 
b) Começou a se preparar para lhe derrubar; 
c) Lhe despreza; 
d) Não se importa com você; 
e) Todas as alternativas acima.

Porque quando você tem verdadeira consideração com a outra pessoa, você a corrige, discorda dela. Afinal de contas, nenhum de nós é imune a erro. Só se constrói futuro quando a gente é capaz, inclusive, de arriscar. O pior risco para construir futuro, para quem tem sucesso, e se achar invulnerável. Já vi dezenas de empresas quebrarem por se acharem invulneráveis. Acharam que já haviam atingido um nível tal que, dali em diante, era só sossegar.

O sucesso precisa ser sucedido! O sucesso precisa ter sucessão. Um sucesso que satisfaz é um sucesso que paralisa. Excelência não é um lugar aonde você chega. Excelência é horizonte. No dia em que você achar que chegou à excelência, você sossega. E aí você dança. Num mundo que muda velozmente, você passa do primeiro lugar a desclassificado do jogo em menos de um ano. Isso não é para nos deixar em estado de tensão, mas em estado de atenção. Ou seja, não descuidar e não achar que se é invulnerável.

Só será possível construir futuro e buscar excelência se formos capazes de conviver, dentro da igualdade, com a diferença das atividades que cada um faz. Num mundo que muda velozmente, uma empresa só se fortalece se estabelecer condições de sinergia. 
Sinergia significa “força junto”. E, nesse sentido, fazer “força junto” obriga a olhar o outro como outro, e não como estranho. Num mundo que muda com velocidade, se eu não olhar o outro como fonte de conhecimento para mim, independente de onde ele veio, de como ele faz, do mundo como ele atua, eu perco uma grande chance de renovação.


O outro me renova, nós nos renovamos.

Fonte
Livro:  Qual a tua Obra?
Autor: Mario Sergio Cortella

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