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sábado, 8 de maio de 2010

Lealdade relativa


Reconhecimento é fator decisivo
para a permanência de um
profissional na empresa. 


Hoje, no mundo do trabalho, a questão da carreira passou a ser tratada como sendo do âmbito do indivíduo. Atribui-se a cada homem e a cada mulher responsabilidade pelo desenvolvimento de sua trajetória profissional. Mas essa condição, por sua vez, fragilizou a relação de lealdade do funcionário com a empresa, o que culminou com um dos desafios cruciais para quem lida com gestão de capital humano: a retenção de talentos.

Há até trina anos, um empregado ou uma empregada aspirava entrar numa organização e nela ficar por longo tempo. Haveria uma estabilidade naquele trabalho. Aliás, considerava-se bom profissional aquele que ficava no mesmo lugar, em vez de saltitar por várias organizações. Essa perspectiva sofreu uma alteração em função até da mudança dos parâmetros de noção de produtividade e de competitividade. Por exemplo, há trinta anos, o presidente de uma empresa ia à reunião anual de acionistas com a seguinte expressão:

“Estamos muito bem, crescendo, nossa empresa está em franco sucesso, passamos de oito mil empregados para 12 mil empregados”.

E haveria aplausos esfuziantes. Hoje , a frase de abertura seria: “Estamos muito bem, com uma boa presença no mercado, quero comunicar que passamos de oito mil empregados para três mil empregados”. E os aplausos seriam esfuziantes, Nessa lógica, existe a necessidade de colocar o recurso humano, a força de trabalho, como uma commodity a ser negociada, dispensada, adquirida, de acordo com os momentos e as perspectivas. Ora, o profissional também percebe isso. Não há uma fidelização recíproca, ele sabe que é dispensável. Uma alteração na Bolsa de Valores na China mexe no cotidiano do número de empregados que vai ficar numa pequena fábrica de acessórios de couro na região de Franca no Estado de São Paulo.

Essa interdependência, essa conectividade vem para o bem e para o mal. Porque se sou um profissional que sabe que não haverá essa lealdade recíproca, a única maneira de eu ter na empresa uma condição de atratividade maior que não exclusivamente o salário é o reconhecimento. Ninguém fica num local apenas por conta do salário, mas sua permanência é também condicionada pela capacidade de enxergar a finalidade positiva do que faz, do reconhecimento que obtém, do bem-estar que sente quando seu trabalho é valorizado e se percebe ali a possibilidade de futuro conjunto. Uma empresa que sabe que há um manejo possível da sua força de trabalho, mas não oferece no dia a dia condições de reconhecimento, quebra esse equilíbrio. E não só o funcionário é dispensável para empresa; dependendo do ramo, a empresa é dispensável para ele. Haja vista que, no nível de gerência média para cima, há uma circulação imensa de executivos entre as organizações.

Existe uma responsabilização muito grande do indivíduo, do trabalhador, especialmente no mundo executivo. Neste mundo executivo se diz: “Você tem de se cuidar, é responsabilidade sua”. Claro que é, mas não é só minha. Uma empresa inteligente é aquela que oferece parceria para mim nessa proposta. É aquela que não imagina que, nessa relação carreira e vida, eu seja o exclusivo responsável por isso. Aliás, eu, Cortella, se sou um executivo, só me sentiria leal – mesmo que circunstancialmente – a uma empresa se eu percebesse que ela é leal a mim em relação à minha carreira. Que ela me ofereça perspectiva de futuro, que ela aposte de fato no meu trabalho, que ela seja minha parceira em relação a investimento financeiro que eu preciso fazer – e ela também – em minha formação acadêmica ou em minha formação profissional do cotidiano.

Nesse aspecto, a questão da educação corporativa tem um papel importante na retenção de bons profissionais. Sim. Eu fico no local onde percebo que estão investindo em mim. Isso é uma forma de reconhecimento. Alguém que faz comigo, empregado, uma parceria, dizendo que paga metade do meu curso de idioma estrangeiro ou que facilita o meu horário de trabalho, de modo que eu vá fazer uma pós-graduação ou até uma graduação que ainda não fiz ou não completei, ele está investindo em mim. Todas as vezes que alguém fala “você vale o que nós estamos fazendo”, isso me dá um bem-estar e uma sensação de que tenho ali uma gratidão. Todas as vezes que me trata como se eu fosse tão somente uma peça a ser mobilizada ou desmobilizada de acordo com a urgência, isso cria em mim uma certa indiferença.

A educação é um valor intrínseco na sociedade e no mundo do trabalho, é um valor inclusive de empregabilidade. Se eu percebo que a empresa investe em mim, aumenta o meu nível de gratificação, de um lado, e de gratidão, do outro. Não significa que eu tenha lealdade absoluta, porque não se sente isso nem nas organizações em geral. Mas, pelo menos, eu tenho um nível de fidelidade maior. E a educação significa que ela quer me preparar, se não exclusivamente para ela, ao menos me preparar como profissional, e isso me dá um grau de tranqüilidade maior, portanto, de adesão. 

Fonte
Livro:  Qual a tua Obra?
Autor: Mario Sergio Cortella

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